sexta-feira, 21 de agosto de 2009

UM CHAMADO AOS CÉUS

Era um domingo dia dos pais, 11 de agosto de 1991, eu participei e cantei a santa missa das crianças na minha paróquia em homenagem aos pais, era também aniversário de minha amiga Ana Costa. Meu irmão Ronaldo e demais amigos do grupo jovem Gênesis estávamos todos juntos e felizes. Ronaldo foi pra casa e eu permaneci na igreja participando de uma reunião. Quando voltei pra casa, já era meio dia, Ronaldo saiu as pressas para soltar pita, coisa que ele amava. Bem, não demorou muito quando meu sobrinho Nilson entrou em casa dizendo: tio, corre, vá rápido, Ronaldo caiu! Eu não pensei duas vezes, quando cheguei no local estava uma tremenda multidão e meus irmãos chegaram logo e encontramos o corpo do Ronaldo caído no chão. Foi um dia nada fácil e eu apenas falei pra Deus o seguinte: me ajude, Senhor, me dê forças, me socorra porque eu nunca enterrei ninguém de minha família. Liguei pro meu amigo Pedro, hoje Diácono Pedro, veio com os amigos da comunidade e ficaram comigo o tempo todo. Ronaldo tinha 19 anos de vida e estava no Rio de Janeiro há um ano, estudava e trabalhava. A lembrança e a saudade de meu irmão Ronaldo permanece a ponto de ousar postar neste singelo blog agradecendo a Deus pela grande oportunidade vivida na sua companhia.
O texto a seguir não é meu, ele nasceu na semana em que Ronaldo nos deixou. Ana Costa esqueceu a comemoração de seu aniversário e se compadeceu de minha dor escrevendo este lindo poema:
UM CHAMADO AOS CÉUS
Dia dos pais...
E o Pai lá de cima – Pai do Céu - lhe chamou para junto dele.
Que ironia! Que mundo louco! Como é que você nos deixa nesse sufoco?...
Com tanta brincadeira, garoto e você resolve voar atrás de uma pipa?
Um brinquedo tão barato que a gente consegue em qualquer lugar.
Tão pouco lhe conhecemos e tanto conseguimos lhe admirar, gostar de você do seu jeito manso de andar, falar, olhar e conquistar.
Só não conseguimos imaginar que você fosse ficar ausente da gente, assim, tão logo, tão rapidamente, e que fosse nos deixar com tanta saudade!
Que triste essa tarde, Ronaldo, você que tanto nos alegrou com sua presença hoje nos deixa na ausência. Há muitas lágrimas nos olhos de quem lhe amou e muitas dores nos corações de quem lhe queria tanto bem.
Quem é ela Ronaldo? Essa que vem de mansinho e fingindo lhe querer bem, lhe leva para esse caminho desconhecido que existe escondido por aí afora, pelo infinito? Ela lhe pegou pela mão ou lhe puxou pelos pés na hora daquele vôo que arrancou você de nós?
Onde você está agora garoto, brincando de esconde – esconde, chicotinho – queimado, fazendo bolinha de nuvens quando o tempo está nublado chutando gotinhas d’água antes que a chuva caia. Está pulando de estrela em estrela ou brincando de namorado?
Ronaldo, nos dá um recado, faça-nos crer na força de quem lhe deu a vida e entender que a sua hora foi escolhida no momento certo, no minuto exato. Porque os anjos precisavam de você para ajudá-los nas suas tarefas, nos seus afazeres lá nos céus. Assim foi a sua partida, a sua despedida nos dando um adeus e atendendo o chamado de Deus!

Autora: Ana Costa

Nenhum comentário:

Postar um comentário